POÉTICA
Terceira ponte, primeiras manhãs
Roberto Soares (1998)
Digo que o impalpável deus mistério
tem dias que dá de dormitar e orar
nestas bandas aqui do mundo
Acontece:
os raios engenheiros do sol
vêm vistoriar a ponte e a manhã
mas se esquecem e se encantam:
brincam
cintilam
tintilam
nas águas profundas da baía
toda céu-dourada lá pelas dez horas
parece:
ora querem trazer o céu para a terra
ora querem fundir mar-e-céu azuzuis
ora querem
afundar e
dormir
ali
parece - e acontece – uma
oração de alegria azul dourada e calada
(danada de bonita, uai!)
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